Depoimentos

           
 Fui alfabetizada com a cartilha “Caminho Suave” e lembro perfeitamente que decorava palavras e lia as primeiras lições com muita dificuldade. Meu pai trabalhava em agência de jornais e revistas e na nossa casa não faltava jornais e revistas: Manchete, Cruzeiro, Seleções e tantas outras.
           
            Os gostos pela leitura adquiriram quando ingressei no vestibular para ingressar no “Ginásio”, através de textos “trechos escolhidos para ditado” de  Olavo Bilac, José de Alencar, Júlio Lopes de Almeida,  Monteiro Lobato, Casimiro de Abreu  entre outros. Todos com linguagem rebuscada e significados que penetravam na alma.

           Na universidade os textos acadêmicos filosóficos, sociológicos norteavam o cotidiano. Por indicação de uma Professora a obra de Jean-Jacques Rousseau, - “Emílio” tornou-se meu livro de cabeceira, um livro para todas as épocas e gerações de educadores.

      Hoje as escolas públicas da Secretaria Estadual da Educação oferecem aos alunos um acervo grandioso, até “Kit do aluno”, e percebo que falta incentivo à leitura de todas as áreas. Este ano atuo como PC em escola de Ciclo I, e a rotina dos professores é permeada com a leitura inicial feita pelo professor, leitura colaborativa, leitura compartilhada e roda de conversa, que incentiva o gosto pela leitura, a reflexão, posicionamento crítico, e também de frequentam biblioteca da escola e sala de leitura.

          Tal como o poema de Luiz Fernando Veríssimo “Ler é o melhor remédio... Leia as impossibilidades... Leia ainda mais as esperanças... Leia a vida!... mas leia, e as ideias virão!” 

Maria Antônia

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Sinceramente não me recordo da leitura e escrita na minha infância, minha mãe viúva e analfabeta orientava os filhos da necessidade da leitura e escrita para o conhecimento do mundo. Fui alfabetizada ao ingressar no antigo ensino primário e meu primeiro livro foi a cartilha Caminho Suave, no prosseguimento dos estudos as minhas leituras eram os livros didáticos e alguns textos escolhidos pelos os professores. Não me lembro de nenhum professor incentivador, na época os professores eram rígidos e ditadores. 

Meu incentivo pela leitura foi na adolescência pelas colegas de escola com indicações de romances da revista Seleções, onde eu entrava no mundo dos sonhos, e entre uma indicação e outra veio o prazer da leitura, era onde eu conseguia viajar pelo mundo sem sair de casa. O ingresso no ensino superior foi o ponto primordial da leitura em minha vida, o conhecimento de vários autores e o prazer de ter suas obras incluídas na minha leitura diária. 

Hoje tenho muito prazer em ler e trabalhar com a leitura e escrita, incentivo meus alunos com a de leitura de textos curtos, histórias e fábulas em roda de conversa, quando todos estão animados, eu sugiro que relatam o que aprenderam com o texto e assim vou inserindo textos mais longos até chegarmos no livro. Acho que o professor precisa se reconhecer como leitor para transmitir aos alunos esse gosto, verificando o que eles apreciam e direcionando a descobrirem   formas de existir e ser.




Maria da Penha Silva



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Difícil escolher  três depoimentos ,quando  todos falam das verdades que envolvem a leitura e a escrita. Dentre eles, o da Danuza Leão é o primeiro que me identifiquei por , também,  ler tudo o que me vem a mão. O segundo escolhido foi o de Anna Verônica Mautner por agradecer, assim como ela, a existência dos poetas para falar sobre ressentimento, acrescentado que para mim a forma cantada foi a que me ajudou a enfrentar e superar as tristezas da vida. A entrevista, de Gilberto Gil,  vem de encontro quando diz em uma de suas composições   que “ a música é o que faz navegador.” Antonio Candido é o terceiro, pois sintetiza toda a contribuição dada pela literatura ao ser humano satisfazendo as necessidades básicas, enriquecendo a percepção e a visão de mundo, humanizando e enriquecendo a personalidade. Entende por humanização  o exercício da reflexão, a aquisição do saber, a boa disposição para com o próximo, o afinamento das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da vida, o senso da beleza,a percepção da complexidade do mundo e dos seres e, por fim, o cultivo do humor. A entrevista de  Clair Feliz Regina reflete esse entendimento  quando, após a descoberta da poesia, viu que muitas coisas deixaram de ser importantes, que gosta mais do mundo, mais das pessoas.
     
Meu primeiro contato com a leitura e escrita foram na escola. Lembro-me, porém, de uma experiência com a leitura Foi há muito tempo atrás. Estava no quarto ano primário ( hoje quinto ano do Ensino Fundamental) e, em uma apresentação para pais e convidados recitei versos sobre o significado da cor branca da nossa bandeira brasileira. Li tantas vezes o poema, que o decorei. Mas foi muito bom. 
                                                                                             
  Maria de Lourdes